ERA UMA VEZ Originário do Tibet, o Shih Tzu era utilizado como cão de companhia durante as longas viagens até a China. Os cachorros andavam ao lado das caravanas ou em cestas carregadas por mulas. Também eram encontrados nos monastérios, onde ganharam a fama de amuletos. Até então, eram mais parecidos com o Lhasa Apso, um dos cães que participaram da sua formação. Na China, segundo a cinóloga Hilda Drumond, alguns exemplares foram doados ao imperador e passaram a ser uma das poucas raças que habitavam a 'Cidade Sagrada', residência oficial da família do imperador. Em sua nova casa, os antigos Shih Tzu cruzaram livremente com os Pequineses. Isso explica a origem de muitas das características da raça, hoje. Herdou do Lhasa a pelagem longa e do Pequinês a cara achatada. Hilda acrescenta: "Muitos traços físicos do Shih Tzu são o meio termo entre o Lhasa Apso e o Pequinês." A mordedura do Lhasa, por exemplo, é em tesoura invertida (os dentes de baixo se fecham ligeiramente à frente dos de cima e encostam neles) e a do Pequinês é prognata (dentes de baixo à frente dos de cima, sem que se encostem). O resultado é que o Shih Tzu é um pouco prognata. O focinho do Pequinês é muito curto e o do Lhasa tem por volta de quatro centímetros. O Shih Tzu, ficou com uma medida entre as duas raças: aproximadamente uma polegada (2,54cm) de comprimento. O Pequinês possui subpêlo denso; o Lhasa, moderado. Já o Shih Tzu, uma densidade intermediária à dos dois. Uma lenda conta que o Shih Tzu é o símbolo do amor impossível entre uma princesa chinesa e um mongol (povo predominante no Tibet). Como o casamento lhes foi negado, eles teriam resolvido cruzar um legítimo representante da China (o Pequinês) com um de Lhasa (capital do Tibet), este seria o Lhasa Apso. Da união das raças surgiu o Shih Tzu, simbolizando tudo o que há de melhor nas duas culturas e o amor entre os dois povos.
ADMIRANDO O MUNDO A FORA Há muitos admiradores do Shih Tzu pelo mundo. No Japão, há vários anos, oscila entre o primeiro e o segundo lugar em número de nascimentos registrados. Em 1994, ficou em primeiro, com 53.439 exemplares entre um total de 349.825 de todas as raças juntas. Na Inglaterra, foi o 11º mais registrado, em 1995. Na Itália, foi o 13º. O American Kennel Club (AKC), entidade dos EUA que mais registra cães no mundo, o coloca em 12º posição. Aqui, sua situação é mais modesta. Ocupa o 31º lugar. Mas mostra uma tendência evolutiva, já que há cinco anos, estava em 57º